Considerando a informação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que diz que uma pessoa sofre de um mal súbito a cada 30 minutos no Brasil, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ofereceu aos servidores da saúde do TJ e dos Fóruns de Cuiabá e Várzea Grande um treinamento em emergências cardiológicas.
A capacitação ofertada pelo Tribunal na última sexta-feira (27 de fevereiro) foi desenvolvida pela própria Sociedade Brasileira de Cardiologia e ensina técnicas como a cadeia de sobrevivência, responsividade da vítima, acionamento de socorro, massagem cardíaca e ventilação artificial. “O curso é muito importante porque ele salva vidas. Nos casos em que a vítima recebe atendimento correto nos primeiros minutos, a chance de sobrevivência aumenta em até 40%”, explicou o instrutor do treinamento, Geraldo Rocha.
Para o médico responsável pelo ambulatório do Fórum da Capital, Roberto Azevedo, a iniciativa do Tribunal de qualificar os profissionais que lidam com a saúde dos servidores é fantástica. “Atualmente passam cerca de 1500 pessoas por mês pelo ambulatório. Por isso, é fundamental que todos estejam preparados para realizar o atendimento emergencial”, pontua.
Roberto salienta ainda que o procedimento da massagem cardíaca, por exemplo, que parece ser muito simples aos olhos dos leigos, exige um conhecimento técnico específico, para que seja realizado com eficiência. “Às vezes é melhor não fazer nada, do que fazer algo errado. Um procedimento emergencial mal feito pode causar traumas irreversíveis à vítima”, alerta.
Um ponto alto do treinamento foi o ensino do uso dos desfibriladores automáticos adquiridos pelo Tribunal de Justiça recentemente. “Como o TJ e os fóruns de Cuiabá e Várzea Grande têm um fluxo de pessoas muito grande, vislumbramos a necessidade de adquirir os equipamentos e de preparar toda a equipe de saúde para um possível atendimento de emergência”, conta a gerente do Programa Bem Viver, Gissele Nince.
Simony Eugênio, fisioterapeuta que atua no Fórum de Várzea Grande, garante que agora se sente mais preparada para agir em uma emergência. “O curso me atualizou em relação a algumas técnicas novas que estão sendo utilizadas. Gostei muito da parte de proteção e respiração boca a boca”, diz a fisioterapeuta.
O médico cardiologista Herbert Monteiro da Silva destaca que diferente do que se alerta o senso comum, a respiração boca a boca não é um procedimento aconselhável. “O risco de contaminação tanto por parte de quem atende, quanto da vítima é muito alto”, esclarece o especialista.
Ao todo, os servidores passaram por oito horas de treinamento na Escola dos Servidores do TJMT, utilizando equipamentos específicos e manequins que se assemelham a um ser humano de verdade. Ao final da capacitação, foi realizada uma prova prática e outra escrita para conceder o certificado aos profissionais.
Mariana Vianna/Fotos: Adilson Cunha
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